Nos últimos anos, tenho reparado que a palavra sustentabilidadedeixou de ser um “nice to have” em qualquer projeto de grande porte. Quando falamos de megaeventos, então, a pressão é ainda maior.
Durante anos, a palavra foi associada a um diferencial, algo que elevava o prestígio de um evento, mas não necessariamente fazia parte do seu DNA. Hoje, essa percepção mudou. Em conversas recentes com colegas da indústria, a conclusão foi unânime: não se trata mais de luxo, mas de obrigação.
E não falo apenas do impacto ambiental, mas da forma como a sustentabilidade se tornou um verdadeiro pilar do ROI em eventos. Patrocinadores, público e até os governos esperam uma postura clara. Um evento que ignora essa pauta perde relevância, valor de marca e, muitas vezes, eficiência operacional.
Exemplos recentes reforçam esse movimento. Nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, a organização conseguiu transformar a sustentabilidade em narrativa central. Desde o uso de materiais reciclados nas arenas temporárias até a promessa de reduzir em 50% as emissões de carbono em comparação com edições anteriores. O que antes era discurso, agora é prática e o resultado foi a associação imediata da marca Paris 2024 a um futuro responsável.
Outro caso inspirador foi o Glastonbury Festival 2024, que ampliou suas políticas de economia circular. A organização não apenas restringiu o uso de plásticos descartáveis, como criou um ecossistema de fornecedores locais e logística limpa que reduziu custos e gerou impacto positivo na comunidade.
E quem acompanha a Fórmula Esabe: trata-se de um campeonato que nasceu com a sustentabilidade como proposta de valor. Mais do que carros elétricos, o evento redesenha o modelo de entretenimento global, conectando marcas que querem ser associadas a inovação e responsabilidade.
O que vemos nesses exemplos é uma transformação profunda: sustentabilidade deixou de ser checklist para se tornar narrativa central. Quando bem trabalhada, cria experiências imersivas, fortalece a imagem institucional e, principalmente, gera retorno real.
Por isso, volto à pergunta inicial: em megaeventos, sustentabilidade é luxo ou obrigação? A resposta parece clara: obrigação. Mas aqueles que conseguirem transformar essa obrigação em experiência genuína terão, sem dúvida, uma vantagem competitiva imensa.
E você, como enxerga o futuro da sustentabilidade nos grandes eventos?